Já que faz algum tempo que não posto nada por aqui, que tal voltar com aquela boa dose de polêmica para dar uma mexida no vespeiro nerd que é a fanbase de Star Wars? Não vou mentir em dizer que tirei essa ideia do vazio e estou usando apenas pra fazer uma polêmica, mas sim por ser um pensamento que vem espreitando na minha mente por um bom tempo e que não teria uma hora melhor para dar fruto como agora.
Me proponho a fazer uma análise completa da saga separando os filmes em pequenos blocos temáticos (para facilitar o entendimento) com uma pequena reviravolta. Onde analiso as obras de trás pra frente, ou seja, os últimos filmes lançados ao invés dos primeiros. Onde irei apontar todos os defeitos do filme e de como George Lucas (ele mesmo) é culpado pela maioria dos seus defeitos.
Me acompanhem nessa saga homérica para descobrir porque a saga Star Wars é em geral, uma merda. Onde filmes de qualidade são na verdade, apenas uma exceção.
Spin offs
Nada melhor do que começar esse texto chutando cachorro morto com biqueira de aço. Han Solo: Uma História Star Wars foi o primeiro filme da saga a não bancar a sua própria produção e dar um prejuízo de centenas de milhões ao estúdio. “Estúdios são milionários e não precisam se preocupar com prejuízos” posso ouvir dizer meu inculto amigo que não entende economia. Mas vale lembrar que Star Wars é a segunda saga mais rentável do cinema (perdendo para vingadores) tem o terceiro filme de maior bilheteria sendo ajustado pela inflação e atualmente a quarta maior bilheteria no valor total. Fazer um fracasso comercial dentro dessa franquia é muita incompetência.
Han Solo foi o único filme da saga que eu me neguei a assistir. Não foi difícil reconhecer imediatamente a armadilha comercial para fãs desavisados. Porém não é difícil ver diversas críticas detonando o filme por sua falta de inspiração e linhas narrativas que não levam a lugar nenhum. Pra completar, uma construção porca da personalidade plástica de um jovem Han Solo que é o personagem mais interessante da saga. O desastre foi tanto que fez o projeto do filme solo de Obi-Wan Kenobi ser cancelado (talvez para o melhor).
Já Rogue One não parece ser um desastre completo. Se parecendo com uma DLC grudada entre Uma Nova Esperança e Império Contra Ataca, o filme nos dá a chance de ver um lado mais “humano” e trágico da guerra… ahm… nas estrelas. É um conceito bem legal, pena que você nesse exato segundo não lembra do nome de nenhum personagem do filme, não é mesmo? A única coisa de fato memorável desse filme é a sequência de ação protagonizada por Darth Vader que sem dúvida é a melhor do personagem dentro de toda a saga. O que na verdade liga mais faróis vermelhos para o que está por vir.
A nova trilogia Star Wars da Disney
Mamãozinho com açúcar. Essa é a definição até agora que descreveria minha chance de mijar no patrimônio de Star Wars. Confundindo péssima construção de narrativas e personagens com “quebra de expectativa”, Os Últimos Jedi traz uma desprezível leitura de personagens clássicos da saga com cenas verdadeiramente vergonhosas.
Muitas pessoas se escoram na narrativa de que os filmes estão “politicamente corretos demais” e que “quem lacra não lucra”. Pois esse sabugo eu não vou descascar. Esse é um tema muito maior do que a saga e para mim não há importância em discuti-lo aqui. Vamos então ao ponto importante, a narrativa desse filme é meio bosta.
Não tem como ser uma pessoa sensata e não retorcer de vergonha alheia ao ver Luke Skywalker, até então o personagem mais esperançoso da saga, de pijama. Contemplando cortar o sobrinho ao meio porque “senti uma energia negativa, mó bad vibes” no guri. Estamos falando do personagem que ficou a mercê de Darth Vader unicamente porque acreditou até o fim na sua recuperação.
O descaso com os personagens antigos é ainda mais claro quando o poder de sacrifício pela resistência é dado para um novo personagem. Uma cópia mal feita e teimosa da General Leia de cabelo roxo, ao invés de poupar alguma decência ao já estabelecido e querido pelos fãs Almirante Ackbar. Até personagens já estabelecidos na nova saga são inferiorizados nesta sequência. Por exemplo, General Hux, que foi trocado por uma paródia de si mesmo. Ou mesmo e o mal supremo de Snoke se transformando em um velho num roupão de banho, com tara no seu aprendiz.
Despertar de uma Nova Esperança
O Despertar da Força é ainda um filme bacana, se você desconsiderar que tudo que ele faz de bom é uma imitação menos inspirada (ou mesmo uma referência direta) a Uma Nova Esperança. É nesse filme que os primeiros sinais de Mary Sue na personalidade de Rey florescem, denunciando que a nova leitura da saga não passa de uma fanfic de orçamento bilionário.
Infelizmente até o momento que escrevo esse texto, o filme A Ascensão Skywalker não estreou, portanto não é possível dar aquela hateada gostosa na história. Mas pelo que foi apresentado até então, e como os membros da família “andadores do céu” estão todos mortos (Carrie Fisher, que interpreta Leia, morta na vida real), prevejo um monte de retcon ou forçada de barra para fazer essa história ter algum sentido. Se o filme por algum milagre for bom eu irei, sei lá, pagar um sorvete para um mendigo ou algo do tipo.
Episódios I, II e III (trilogia Star Wars “nova”)
Rapaz, fico imaginando o esforço daqueles que estão lendo meu texto com a força do ódio na única intenção de apontar falhas e defender a sua tão preciosa saga de filmes, sendo que até então só tá passando lixo na tela. Antes dos spin-offs e dessa última trilogia em andamento, o que era “chão comum” entre fãs era saber que a trilogia nova de 1999 até 2005, onde o controle da saga havia voltado exclusivamente para as mãos de George Lucas era simplesmente um lixo.
É um pouco difícil de imaginar para qualquer pessoa que não bata os “trintão” de idade, mas Star Wars era um fenômeno cultural sem tamanhos e que era impossível conceber uma história ruim sendo construído nesse universo maravilhoso onde, vale imaginar, só havia sido conhecido os episódios IV, V e VI, um mundo de possibilidades havia se aberto quando se soube que a trilogia iria desbravar a história do jovem Anakin Skywalker e sua decadência ao vilanismo como futuro Darth Vader. Então os filmes saíram e vemos a bosta que foi.
Para não alongar o texto mais do que o necessário, vamos apenas ressaltar o péssimo personagem que foi Jar Jar Binks, uma tentativa fracassada de de George Lucas de copiar trazer a personalidade do PATETA, do Mickey, para ATRAIR O PÚBLICO INFANTIL, resultando numa caricatura estereotipada e claramente racista da cultura negra americana.
O enredo também não se salva
Pensando na narrativa do filme, o personagem ainda foi culpado para empurrar o império galáctico ao fascismo, ao discursar no senado em favor de atribuir poderes “temporários” absolutos ao Senador Palpatine. A tentativa de fazer uma releitura do império romano e do despertar do nazifascimo da década de 30 da Itália e Alemanha (que é usado pela cultura geek em exaustão até hoje) é feito de uma forma completamente porca e leviana.
Padmé, que deveria ser um contrapeso democrático e perspicaz ao totalitarismo de Anakin, aparece muitas vezes até apoiando o lado impulsivo do jovem, fazendo sua frase memorável “então é assim que a liberdade morre, com um estrondoso aplauso” parecer deslocada de sua personalidade.
Outro ponto que vale ressaltar é completa falta de química do casal principal da trilogia, não pela atuação do guri que eu esqueci o nome ou muito menos pela Natalie Portman, mas pela completa inabilidade de demonstrar emoções no texto HORRÍVEL bolado pelo George Lucas que parece um robô tentando compreender como funcionam as emoções humanas. Na moral, tenta chegar na morena e dizer “eu odeio areia, é áspera e gruda em todo lugar” e vê se tu vai consegue algo que não seja um pedido de restrição judicial.
Dessa trilogia se salva pelo menos uma edição de fã que cortou todas as cenas desnecessárias (basicamente toda a Ameaça Fantasma e tudo relacionado ao Jar Jar Binks) e transformou tudo num único filme capaz de ser assistido sem passar mal.
Trilogia Clássica Star Wars, a verdade finalmente vem a tona
Okay, até então tudo que eu fiz agora foi brigar com bêbado na descida. Todos os filmes que apresentei até agora tem falhas claras que só sendo um fã muito cego para negá-las. Ainda que você possa desfrutar de certos elementos em especial, seria necessário uma boa dose de fanboyolismo para negar seus evidentes defeitos, mas o mesmo não pode ser dito da saga original do Star Wars, não é mesmo? Bem, então vamos começar pelo mais fácil… Episódio VI – O Retorno do Jedi não é tão bom quanto você lembra.
Pessoal, o texto acabou ficando MUITO maior do que eu imaginava e para gerar mais clickbait e fazer um cliffhanger para não ocupar muito espaço em um só artigo, separei o texto em duas partes e, para dar sequência no ódio, basta clicar no link abaixo:
https://historiadorgeek.com.br/index.php/2019/07/30/sera-star-wars-na-verdade-uma-m-parte-2/
