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Acertos e Erros de X-Men: Apocalipse

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X-Men Apocalipse finalmente estreou, fechando o ano para os filmes Marvel/Fox com o objetivo de ser um novo começo a franquia. O filme trás a responsabilidade de reapresentar personagens já conhecidos, fechar a trilogia dos novos filmes de Singer, que está de volta a Fox e fortalecer a franquia principal do estúdio para o futuro. Será que eles conseguiram?

 

Com uma recepção mista e um pouco fria, acumulando por volta de 50% no site rotten tomatoes, X-Men Apocalipse balança entre efeitos positivos e negativos e ponderar esses lados é exatamente o objetivo dessa minha série de artigos.

Vamos primeiro, como sempre, aos pontos positivos.

 

Críticas sociais

Singer faz uma crítica severa ao culto da personalidade que é construído durante a história da humanidade, fazendo uma ligação direta da política com religião, onde ambos construímos mitos e veneramos líderes. Singer aproveita ainda o contexto da Guerra Fria (período de agitação diplomática entre EUA e URSS na segunda metade do século XX) do mesmo modo que usou no primeiro filme dessa nova trilogia, o Primeira Classe.

 

Criticando tanto o lado soviético, pela vida de Magneto na Polônia comunista, como a militarização e perseguição social do lado americano. Singer não poupa nenhum dos lados e aponta justamente a idolatria de um salvador, seja na religião ou na política, como um grande erro. Considerando que a equipe dos X-Men nasceu diretamente da ideia de retratar minorias étnicas, esse tipo de contexto e crítica é muito importante para o filme do grupo.

 

Boas sequências de ação

A maioria das cenas de lutas estão bem legais e claro, a cena que fez sucesso do Mercúrio no filme anterior está de volta, e dessa vez dobrado. Eu diria que exageraram um pouco na duração de uma, a cena começa a ficar chata depois de alguns segundos, mas a resolução da cena é gratificante.

 

A cena final é bem grandiosa e divida em dois segmentos que eu prefiro não falar para não dar spoilers, mas ela tá bem divida. Apesar de também demorar um pouco mais para suas conclusões. A cena adicional do Wolverine, eu que confesso, já havia ficar de saco cheio do personagem, foi bem feita. E devo dizer que souberam usar ao máximo a classificação PG-13 (12 anos aqui no Brasil, como já expliquei em outro texto).

 

Bom desenvolvimento do novo grupo

O filme traz um novo elenco mirim da equipe central. Noturno tem o seu jeitão tímido e religioso bem explorado e o futuro casal Jean Gray e Ciclope é bem trabalhado. Psylocke e Tempestade passam a maior parte do filme como cavaleiras do apocalipse, então não sabemos como será a interação com o resto do grupo.

 

A Jubileu tem um papel mais secundário e Wolverine parece que irá voltar a ser apenas o berseker da equipe, e não mais o centro da trama, o que faz esse crítico muito feliz.

 

Vilão com motivos convincentes.

Apocalipse é o clássico vilão maligno que quer dominar o mundo, nós o vimos em diversas mídias, não só em filmes e sabemos exatamente o que desejam, o poder. Porém na hora em que é necessário ao vilão juntar os seus cavaleiros do apocalipse… ele faz até que um bom trabalho.

 

Seja ao conversar com a frágil e socialmente excluída (e jovem) Tempestade, seja oferecendo uma motivação a um niilista Anjo, dando oportunidades e destaque a uma ciumenta Psylocke e finalmente, fortalecer o desejo de vingaça a humanidade de Magneto, o vilão sabe convencer pelas palavras, não pelo controle mental, a juntar uma equipe com um objetivo muito claro (ainda que não seja muito diferente do que foi trabalhado com Magneto em todos os outros filmes.

 

Erros

Claro, uma vez passado o devido mel na fanbase do filme, vamos finalmente as críticas.

 

Vilão com visual questionável

Okay, os planos de Apocalipse são convincentes e seu poder de fogo é realmente assustador… mas seu visual de vilão de Power Ranger faz sérios danos a nossa suspensão de descrença. Parece que o vilão é feito de borracha ou camurça e sua armadura não parece nenhum pouco prática, funcional… ou séria.

 

Katniss EverMística

Muitos já haviam previsto isso e todos os temores são justificáveis. Após o grande papel da atriz Jennifer Lawrence na série Jogo Vorazes, a atriz ganhou bastante destaque em hollywood e por isso, seu papel ganha mais destaque nesse filme. Não só isso mas parece que a própria motivação da personagem é a mesma de Katniss Everdeen em Jogos Vorazes: A Esperança parte 1.

 

Todo o conflito dela é em se provar como heroína, um símbolo da causa mutante que pode inspirar os jovens a se rebelar e seguir seus passos, enquanto a personagem resiste em aceitar o título. Esse tipo de narrativa praticamente apaga todo o passado Femme Fatale de Mística em todos os filmes, animações e quadrinhos que ela foi trabalhada.

 

Uma sobre exposição da personagem num filme já tumultuado acaba desgastando a personagem e tirando o espaço para outros que deveriam ter tido a oportunidade de brilharem, o que me leva ao próximo ponto.

 

Falta de aproveitamento dos personagens

Quão empolgado não pude ficar ao ver os vídeos de treinamento e dedicação de Olivia Munn para sua personagem no filme? E o visual construído para a personagem Tempestade? O quão dedicadas ambas atrizes estavam para o papel? Bem, pois saibam que toda a dedicação não foi recompensada, pois ambas são subaproveitadas na história.

 

Servindo mais como minions de Apocalipse do que como cavaleiras da morte mesmo, ambas foram apresentadas com bastante levianidade e ficam praticamente de fora da grande luta do terceiro ato.

 

Conclusão

X-Men: Apocalipse saiu em um ano com grandes nomes do gênero de super heróis e talvez por isso não se saia tão bem, mas ainda sim é um filme divertido que não decepciona os fãs. Mais importante de tudo, parece finalmente acertar a linha do tempo dos personagens e com exceção do papel da Mística na história, não traz nenhuma escolha de roteiro que comprometa a franquia.

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