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Protagonismo feminino em jogos de horror

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Protagonismo feminino em jogos de horror

O que você conhece por protagonismo feminino em jogos de horror? Às vezes usadas como recurso de gameplay em jogos de horror para retratar uma sensação de desproteção frente a um perigo sobrenatural. Personagens femininas em jogos de horror oferecem grandes personalidades e possibilidades narrativas além de  aprofundar a atmosfera do jogo.

Pra quem já acompanha os textos que posto aqui, já devem ter percebido meu gosto por jogos de terror e por personagens femininas bem construídas, quando posso conseguir ambos no mesmo jogo com certeza será algo fantástico. Confira uma pequena lista das minhas personagens favoritas.

Jennifer Simpson (Clock Tower)

Jennifer Simpson (Clock Tower)

Uma das poucas representantes dessa lista que não tem treinamento militar ou sequer técnicas de autodefesa. Jennifer Simpson é a personagem mais “frágil” dessa lista, mas nem por isso a protagonista de Clock Tower se deixa levar no papel de sexo frágil e é uma das principais mulheres no protagonismo feminino em jogos de horror que conquista a libertação por suas próprias mãos.

Uma adolescente de 14 anos, crescida em um orfanato após o desaparecimento misterioso de seu pai. Jennifer é convidada junto com outros adolescentes órfãos para a mansão da família Barrow, administradora do orfanato. Após uma misteriosa queda de energia todos os residentes desaparecem e Jennifer é obrigada a vencer seus medos para descobrir o que aconteceu com os convidados, tentar fugir da mansão e com sorte, descobrir um pouco do seu próprio passado.

O jogo por ser um adventure de point n click, possui quase nenhum recurso de luta e defesa, dependendo da habilidade do jogador em se esconder e resolver puzzles para avançar. O jogo possui 9 finais diferentes e os usa para punir o jogador caso ele não encontre coragem para explorar toda a mansão.

O último final secreto só é alcançado caso o jogador descubra todos os segredos da casa, consiga salvar o máximo de pessoas com direito até uma luta final na torre do relógio. A história completa mostra como devemos superar os desafios e nossos próprios medos não importa o quão ruim pareça a situação.

Jill Valentine e Claire Redfield

Jill Valentine e Claire Redfield (Resident Evil 1, 2, 3 e Code: Veronica)

Apesar de preferir a Jill, seria injusto deixar uma das duas de fora dessa lista.

Soldada das forças especiais da tropa de elite da polícia de Racoon City, Jill faz parte da equipe de resgate encarregada de recuperar os membros da equipe Alpha perdidos na floresta nos arredores da cidade.

Apesar de ser usada como nivelamento de dificuldade em Resident Evil (ao escolher jogar com Jill, algumas partes eram mais fáceis de passar do que com Chris), e ter uma personalidade bem neutra no primeiro jogo da série. Jill passa por uma reforma positiva na personalidade no terceiro jogo da série. Onde se encontra no meio de uma já devastada Racoon City.

Não mais uma garota assustada pelo mistério de uma mansão com zumbis, Jill é uma das poucas residentes que tem experiência com o que está acontecendo, e em sua atitude mais badass possível pega sua arma da polícia e sai sozinha pela cidade juntando sobreviventes e buscando uma fuga segura.

Claire por outro lado é uma cidadã comum que está atrás de seu irmão desaparecido e acaba caindo por acidente numa cidade infestada por zumbis. Sem tempo para ressentimentos, Claire procura sobreviventes, informações sobre o paradeiro de seu irmão e uma fuga da cidade. Após escapar da cidade e do pesadelo zumbi, qual o próximo paradeiro de nossa heroína? Enfrentar sozinha a grande corporação que aprisionou seu irmão e causou tudo isso, ou seja, enfrentar zumbis por conta própria de novo.

Aya Brea (Parasite Eve) historiador geek

Aya Brea (Parasite Eve)

Jovem detetive da polícia de Nova York, Aya Brea é surpreendida após uma apresentação de ópera terminar com um grande incêndio misterioso onde pessoas entram em combustão espontânea ao permanecer perto da estrela do espetáculo, Melissa Pierce. Como foi a única aparentemente não afetada pelo poder de Melissa, cabe a Aya sozinha enfrentar esse novo perigo, colocar ordem e toda a cidade e poupar o maior número de pessoas.

Um conflito de personalidades interessante que vejo nesse jogo é o da personalidade forte e firme de Aya frente ao perigo. Enquanto temos dois representantes covardes no jogo que simbolizam um interesse romântico com a personagem. Primeiro seria a companhia de Aya na opera que treme sem saber o que fazer. O segundo seria Maeda, cientista japonês que compreende o problema de Melissa e é interessado romanticamente em Aya, porém sem coragem para se declarar.

O único personagem que rivaliza em seriedade e força de vontade com Aya é Daniel, seu parceiro policial experiente. Porém Daniel não tem resistência contra o poder de Maya, e por isso fica com pouco a fazer, inclusive sofre com uma morte de um familiar durante o desenrolar da história.

Aya apesar de fazer o papel do “herói silencioso” (algo parecido com o Link da franquia Zelda) Aya demonstra muita seriedade e maturidade nas cenas que envolvem diálogo. Por ser a única não afetada pelas mitocôndrias de Maya, ela é inclusive convidada a se juntar a Maya. Aya carrega o peso de ser a única possível de salvar a cidade e o faz com primazia.

Regina (Dino Crisis) Protagonismo feminino em jogos de horror

Regina (Dino Crisis)

Talvez a que tem mais experiência militar da lista, Regina é uma soldada parte de uma equipe de extração responsável em investigar um laboratório secreto onde o até então falecido Dr. Kirk está vivo e se possível traze-lo como prisioneiro. O dinâmico dessa história também são os companheiros de equipe de Regina. Gail, o típico militar durão sem sentimentos e Rick, o imaturo e brincalhão.

Regina aqui funciona como o ponto de equilíbrio entre os dois, envolvendo até dar esporro nos dois para se comportarem como adultos. E Regina apesar de mostrar surpresa de estar presa em uma ilha repleta de dinossauros, rapidamente se estabelece e mostra que está lá para concluir uma missão.

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Heather Mason (Silent Hill 3)

Sendo a continuação direta da história do primeiro jogo. Heather, o bebê achado por Harry Mason em Silent Hill 1, agora com 17 anos, é cercada de mistérios em torno de sua vida. Meu exemplo favorito de Protagonismo feminino em jogos de horror. Heather foi criada para saber se defender e longe de qualquer influencia dos acontecimentos do Culto e da cidade de Silent Hill, Heather vive uma vida de fugitiva sem ao menos saber o motivo. Até o momento que é encontrada por Douglas e conhece pela primeira vez o mundo paralelo, Heather agora se vê a frente de algo maior que ela e com sua própria origem.

O que me encanta em Heather nesse jogo é que ela é uma típica adolescente, com todos os costumes e modos de uma adolescente comum. Porém que amadurece conforme o desenrolar do jogo e das dificuldades que encontra.

Apesar de criticado por alguns fãs, a cena do corpo morto de um idoso Harry Mason sentado em seu sofá presenciado por Heather é tocante e profunda. É possível tatear a densidade da tristeza de uma filha que perdeu seu pai e único mentor. Ainda melhor é quando vemos lentamente seu processo de superação ao pegar a arma e ir para Silent Hill enfrentar seus demônios, é certamente enriquecedor.

Infelizmente Heather, e basicamente todas as personagens femininas na saga Silent Hill tiveram um péssimo desserviço nas adaptações do jogo para dois filmes, sobre isso eu comento melhor em um artigo específico.

Demais exemplos de protagonismo feminino em jogos de horror

Muitas mulheres acabaram de fora dessa grande lista de bons nomes do gênero. Caso você tenha curiosidade em outros jogos além dos citados, aqui vai uma breve lista.

Saga Alone in the Dark
Quase sempre oferecendo uma opção entre um personagem masculino ou feminino.

Saga Fatal Frame
Tento jovens garotas como protagonistas.

Kuon
Jogo baseado na literatura kaidan japonesa para Playstation 2 que tem 3 personagens mulheres para 3 estágios diferentes do jogo.

Rule of Rose
Jogo de Playstation 2 que trata de diversos assuntos polêmicos.

Siren
Dos 10 personagens jogáveis, 5 são mulheres.

I Have no Mouth and I Must Scream
Jogo point n clink com apenas uma protagonista em meio a diversos homens, porém com uma história bastante perturbadora.

 

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