Silent Hill, Resident Evil e Fatal Frame. Três das principais escolhas daqueles que gostam de terror e videogames. Porém, há um grande número de franquias obscuras de Survival Horror que não recebem a atenção merecida. Venha conhecer algumas delas!
Um breve resumo sobre Survival Horror
Basicamente o Survival Horror é um gênero de jogos digitais que como tema trata de jogadores que devem enfrentar sozinhos alguma fonte de terror cósmico (no sentido Lovecraftiano do termo, o medo do desconhecido) em busca de um objetivo simples e sua própria sobrevivência (daí vem o nome do gênero).
Como jogabilidade, apesar de mais flexíveis nesses termos, tratam geralmente de jogos de câmera e cutscenes cinematográficas, uma história intrincada número limitado de armas e poder de luta (isso quando existe algum), e um grande foco na narrativa.
Apesar de alguns elementos serem usados por outros jogos antes (como já mostrei na outra lista), Resident Evil foi o jogo a anexar diversos desses elementos e nortear o estilo, porém sem o limitar. As franquias Silent Hill e Fatal Frame são em minha opinião, as que levaram o estilo até o extremo e mantiveram a chama dos jogos Survival acessa enquanto a própria franquia fundadora tomava o caminho dos jogos de ação.
Porém além dessas 3 enormes franquias do gênero, diversas outras apareceram e acabaram ficando de escanteio, deixando diversas gemas do estilo ao desconhecimento do público geral. E é por isso que fiz essa pequena listinha com grandes franquias que são obrigatoriedades para quem gosta de jogos antigos e com temática de terror, espero que gostem.
Franquia Persona
Desenvolvedora: Atlus
Plataformas: Playstation, Windows PC, PSP.
Na ativa: 1996 – 2015
A franquia Persona é um spin-off de uma franquia ainda maior de jogos de RPG japoneses chamado “Megami Tensei”. Persona foca na capacidade de pessoas de socializarem e invocarem demônios para serem seus avatares em batalha dependendo de seu arquétipo de personalidade. Tendo como grande influência, a psicologia de Jung e seus estudos sobre arquétipos psicológicos.
Com um sistema de gameplay diversificado, o jogador pode conversar com os demônios para conseguir suas cartas e fazer os personagens do grupo reforçarem seus avatares por essa troca. Adicionando assim elementos típicos de RPG e graphic novels japoneses e que são bem adaptados para o tema de horror, com finais alternativos, compasso moral e enredo intrincado.
A franquia é enorme, sendo os dois primeiros lançados para Playstation 1 com diversos ports e remakes para Windows e PSP, o último lançamento, Persona 5, está previsto para 2015. Os jogos contam com polêmicas ao tratar sobre sexualidade (tendo alguns personagens homossexuais) e alguns ports foram censurados em lançamentos ocidentais.
Franquia Corpse Party
Desenvolvedora: Team GrisGris
Plataformas: Windows PC e PSP.
Na ativa: 1996 – 2014
Criado por uma empresa Dojin (o equivalente ao homebrew e jogos independentes). A franquia teve início sendo feita no RPG Maker e conta a história de um grupo de amigos na escola que, após fazer um ritual místico de amizade, acabam presos numa realidade alternativa fora do tempo, porém dentro da própria escola, com espíritos, estudantes de outras décadas e um assassino em série a solta.
A jogabilidade se baseia em um misto de aventura visual com puzzles e recursos de RPG, praticamente não existe batalha e o objetivo do jogador é basicamente seguir com a história e manter o máximo possível do grupo vivo, influenciando o final conforme as mortes. Totalizando 20 finais em 5 capítulos. Sendo um final “oficial” por capítulo.
Um perfeito exemplo de horror que não assusta, mas que perturba e traz angústia ao jogador. Seja por imagens de violência gráfica ou por detalhes perturbadores na narrativa. O jogo não é recomendado para pessoas facilmente impressionáveis ou com tendências suicidas, pois o jogo trata o contexto de morte de um jeito muito profundo e angustiante.
O jogo original foi lançado em 1996 com gráficos limitados mesmo para a época (por se tratar de uma empresa iniciante até então), porém o jogo foi relançado como remake em excelentes versões para PC em 1998 e PSP em 2000. Algumas sequências foram lançadas e mudam drasticamente a jogabilidade, mas mantém o mesmo clima aterrorizante da narrativa. Há também versões em mangá e anime da história original com finais diferentes.
Franquia Parasite Eve
Desenvolvedora: Squaresoft
Plataforma: Playstation
Na ativa: 1998 – 2010
Imaginem o casamento perfeito entre um action-RPG com uma temática de survival horror? Parasite Eve pretende entregar exatamente esse tipo de experiência. Publicado pela empresa famosa por dar vida a saga Final Fantasy. A Squaresoft viu uma oportunidade no grande boom de jogos de terror e resolveu fazer uma investida a seu jeito.
Contando com cutscenes cinematográficas baseados em imagens de violência gráfica (para a época) e um enredo bem desenvolvido. Em uma noite de ópera, a cantora principal passa por um mal estar e parece desenvolver uma segunda personalidade, então ela parece causar uma combustão instantânea em seu parceiro de palco, seguido pelo público que estavam assistindo. A detetive Aya Brea da NYPD parece ser a única que não foi afetada pela combustão. Cabe a ela agora perseguir essa mulher misteriosa e descobrir qual a ligação dela com esse ser capaz de incendiar pessoas próximas.
A história é baseada e considerada uma sequência do livro de mesmo nome. O jogo teve duas sequências que tenderam mais aos jogos de ação e perderam totalmente sua essência.
Franquia Clock Tower (Haunting Ground)
Desenvolvedora: Human Entertainment, Sunsoft e Capcom
Plataformas: SNES, Playstation, Playstation 2
Na ativa: 1995 – 2005
Já comentei sobre o jogo original no primeiro texto, o que não disse é que o jogo se desenvolveu em uma enorme franquia multi plataforma e passando na mão de diversos desenvolvedores.
A jogabilidade se mantém no “point n click”, porém nos jogos mais modernos os gráficos passaram a ser renderizados e o personagem principal movimentando-se em 3D. O enredo geralmente roda entorno dos mistérios da mansão original e com o scisorman como antagonista.
Após a Capcom assumir o controle da franquia, fora lançado um spin off intitulado “Haunting Ground” que apesar de assimilar algo da história e do jogo continuar focado em fugir e esconder, tem a mobilidade do personagem mais próxima ao Resident Evil. Outro elemento novo no jogo foi a personagem principal ter um cachorro como ajuda.
Franquia D
Desenvolvedora: WARP
Plataformas: 3DO, Playstation, Sega Saturn.
Na ativa: 1995 – 1999
Essa talvez seja a “franquia” dessa lista mais difícil de definir, e por isso, a mais diversificada e única. WARP é uma desenvolvedora semi independente criada por 5 pessoas com a intenção de fazer “cinema interativo”, uma classificação de games focado principalmente em entregar narrativas consistentes com o mínimo de interação de jogador/jogo. Podemos nomear jogos desse estilo como Snatcher e Policenauts, criados pelo Hideo Kojima e até mesmo a saga Corpse Party que já está nessa lista.
A parte complicada de definir essa franquia é que, o que liga os jogos um ao outro não é exatamente a história e muito menos a jogabilidade (que muda drasticamente de jogo para jogo) e nem sequer a temática, que passa de horror a ficção científica. O que une os três jogos são terem a mesma atriz digital. Não, não a mesma protagonista, e sim a mesma atriz digital chamada Laura e que faz papéis diferentes em cada jogo.
O primeiro jogo chamado simplesmente de D conta a história de Laura Harris que é enviada a um hospital onde seu pai inexplicavelmente assassinou diversas pessoas e tomou outras como refém. O jogo é um point n click de primeira pessoa com temática sobrenatural de horror.
Laura, a primeira atriz digital dos jogos digitais
Enemy Zero seria o próximo jogo, trás a protagonista Laura Lewis que após acordar de uma paralisação temporária de sono percebe que a nave foi tomada por estranhas criaturas. Este jogo mescla elementos de stealth com survival horror também com perspectiva de primeira pessoa.
O terceiro jogo da série, D2, que nada uma sequência de D, conta com Laura Parton que após um desastre de avião fica inconsciente por 8 dias e descobre que alguns dos sobreviventes se transformaram em mutantes. O jogo conta com uma personagem chamada Kimberly Fox que é semelhante a Kimberly de Enemy Zero, mas não são a mesma pessoa. O jogo conta com elementos de FPS e ação.
Outras franquias obscuras de Survival Horror
Lembrando que esta não é uma lista de TODAS as franquias de terror durante os dourados anos do survival horror, mas são as que acho importante mencionar. Diversos jogos também lançados nesse período são excelentes e merecem menção, mas o texto ficaria enorme se detalhasse todos, então colocarei alguns pequenos resumos, como sempre.
Franquia Darkseed
(1992 – 1995)
Dois jogos lançados para PC em 1992 e 1995 e portados para Playstation. Point n click de aventura onde o personagem trafega pelo mundo real e o imaginário, sendo este baseado nas obras do pintor Surrealista H. R. Giger.
Franquia Dino Crisis
(1999 – 2003)
Trilogia iniciada em 1999 e lançada pela Capcom. Usando elementos do Resident Evil em um mundo onde dinossauros voltam á vida. A cada edição a franquia ficou mais próxima de jogos de ação.
Franquia Echo Night
(1998 – 2004)
Lançada em 1998. Point n Click de primeira pessoa. O protagonista deve descobrir o que aconteceu com o navio Morpheus, desaparecido a anos atrás e conversar com fantasmas e enfrentar o espírito vingativo de uma garota misteriosa.
Franquia ObsCure
(2005 – 2008)
Um dos poucos jogos de survival horror que valoriza o gameplay em conjunto. Os jogadores devem controlar um pequeno grupo para desvendar o que aconteceu na escola que estudam.
Deep Fear
1998
Jogo lançado para Sega Saturn, segue a mesma ambientação de RE1, só que focado mais em ficção científica e com o nível de jogabilidade ainda mais difícil.