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O que são jogos de realidade aumentada e o impacto de Pokemon Go

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Afinal, o que são jogos de realidade aumentada e qual o impacto de Pokemon Go na indústria dos games? Confira nesse artigo!

O que são jogos de realidade aumentada e o impacto de Pokemon Go

 

Não há como negar a grande fama de Pokemón Go e como o jogo colocou os jogos de realidade aumentada no mapa. Mas, o que isso realmente significa? O que são esses jogos de realidade aumenta afinal?

 

Nesse texto fiz uma pequena análise dos jogos de realidade aumentada como mídia, e de jogos que usam desse recurso como Run, Zombies e Ingress, as vantagens e desvantagens do Pokemon Go e uma pequena especulação do que poderá acontecer a indústria. Venha conferir!

 

Jogos de Realidade Aumentada?

Jogos de Realidade Aumenta (em inglês, Aumented Reality Games, ou ARG) apesar de serem tomados como um gênero, são na verdade uma mídia alternativa de jogos digitais. O conceito dos ARGs é adicionar elementos da realidade, ou do mundo real, para os jogos. O jeito mais simples de fazer isso é ou fazendo mapeamento do local pelo GPS ou usando a câmera de um dispositivo eletrônico portátil.

 

Seguindo essas regras, qualquer gênero narrativo pode ser incorporado a essa mídia. Desde uma seção de FPS com inimigos espalhados por sua cidade usando seu GPS, desde espalhando assombrações e fantasmas em sua própria casa e usando a câmera de celular para capturá-los. Conheça um pouco dos ARGs.

 

Jogos ARGs anteriores a Pokémon Go

Jogos de Realidade Aumentada existem a um tempo, porém só agora com a popularidade de Pokémon Go que tiveram uma grande atenção. A própria Niantic que é a desenvolvedora do jogo teve antes como experiência (o que aparentemente não a ensinou muita coisa) o jogo Ingress, que consistia em hackear pontos turísticos da cidade. Os pontos salvos nesse jogo seriam aproveitados em Pokemon Go.

 

Um outro jogo antigo que tem uma abordagem diferente para os jogos como mídia é “Run, Zombies”. Um jogo narrativo focado em exercícios. O jogador escuta transmissões de rádio de uma cidade que está sendo atacada por zumbis e tem de correr na vida real para colher mantimentos e sobreviver á ataques zumbis e continuar ouvindo as transmissões para terminar a história. Assim, como o jogo Fallen London, usando a narrativa como prêmio para manter o jogador preso ao jogo.

 

Houve uma grande gama de jogos ARGs que foram populares que eram basicamente “dar vida” a jogos de cartas, como Invizimals (PSP) e Eye of Judgment (PS3), onde as representações gráficas dos monstros nas cartas “tomam vida” pela câmera do console. Mas vamos logo ao jogo que mudou todas as regras do gênero.

 

Pokemon Go

Focando mais no uso do GPS para o desenrolar do jogo do que no uso da câmera (ainda que o uso da mesma para o jogo ainda seja possível, mas não recomendável pelo uso de bateria), Pokemon Go conquistou grande terreno na indústria, provando não só que jogos de realidade aumentada não só são viáveis, como podem ser um grande sucesso comercial.

 

E o jogo tem uma mecânica especial que força o jogador a sair. Tanto no modo como os ovos são chocados como na distribuição de pokestops e pokémons pela cidade, o jogo empurra o jogador para não ficar parado em um só ponto e se aventurar por lugares que saem de sua rotina, além até de empurrar o jogo na própria rotina, e isso trás consequências maravilhosas.

 

Consequências do jogo na vida pessoal

Falando de uma experiência própria, nesse quase um mês de jogo dividi diversas experiências com amigos que geralmente se restringiriam a ficar sentados em frente a uma televisão, sua mecânica simples facilita até mesmo quem não está habituado com outras mídias de jogos digitais, vi até pessoas mais idosas que não são acostumadas a games experimentando o aplicativo.

 

Obtive ganhos enormes na saúde também. Quem me conhece pessoalmente sabe que eu vinha numa tentativa de emagrecimento e que apesar da facilidade de perder os primeiros quilos, começava a enfrentar dificuldade para prosseguir na dieta. Mas os 200 quilômetros registrados no jogo certamente me foram de grande ajuda. Tive uma melhora na asma também, usando bem menos remédio para ter fôlego.

 

Como a maioria dos pokéstops são localizados em pontos turísticos, o jogo também influencia o passeio turístico pela cidade, abrindo possibilidades para entrar e conhecer lugares que antes eram apenas paisagem no passado. Visitei igrejas e parques que antes só havia passado na frente e nunca entrado.

Mas claro… o jogo além de alguns bugs chatos em seu próprio desenvolvimento e passa por diversos problemas estruturais, principalmente aqui no Brasil. Vamos a eles.

 

Problemas estruturais do Brasil

Temos um sério problema de oferta de internet que além de cara, é bastante ineficiente. Os aparelhos celulares também não são dos mais baratos e, mesmo o jogo não sendo tão exigente em seus aspectos técnicos, acaba limitando um pouco os jogadores e atrapalhando a vida de outros. Como o meu caso, onde meu celular não tem GPS embutido, e tenho de usar o sinal de rede para mapeamento de GPS.

 

Também há o sério problema de criminalidade. Não é possível para qualquer pessoa ficar caminhando a noite e em alguns lugares que… não são muito seguros. Assaltos e furtos de celulares sempre existiram no país, mas de fato a distração para o game é um incentivo a mais para tal.

 

E além do sinal de internet ruim, não há muitos pontos de encontro no jogo fora das regiões centrais da cidade, e quando fora das capitais pior ainda, tendo alguns usuários registrando fotos onde um pokestop sequer é visto em toda a vastidão do mapa. A Niantic prometeu aumentar a oferta de paradas, mas ainda sem nenhum resultado efetivo.

 

E o que aconteceu com a indústria?

Pokemon Go se tornou um grande estouro, tendo mais downloads do que o Tinder em seu primeiro dia e sendo mais usado diariamente que o twitter em suas primeiras semanas.

Ainda que o aplicativo esteja perdendo diversos jogadores nos últimos dias (em parte aos bugs do jogo, em parte a um gameplay frustrante ao longo prazo e em parte pelos problemas estruturais aqui no Brasil) o impacto na indústria está feito, e isso é maravilhoso para qualquer fã de game.

 

Em primeiro ponto já diminui um grande preconceito contra jogos digitais como um todo, ao ter diversos usuários que não são completamente habituados com jogos e que sequer haviam jogado os jogos da série Pokemon antes. Apesar que o ódio por algumas pessoas por jogos tenha continuado, ou talvez aumentado pela visibilidade do aplicativo, numa espécie de tentativa de remar contra a maré.

 

As ações da Nintendo tiveram um grande estouro com a popularização do game e que comicamente tiveram uma grande queda quando os acionistas perceberam que a empresa pouco tinha a ver com o jogo. Então o impacto econômico do ARG foi direto também.

 

O que pode vir para o futuro?

Além de forçar novos negócios a marcas conservadoras com propriedade intelectuais legais como a Nintendo, o estouro do pokémon go pode impulsionar diversos projetos para jogos ARGs que estavam esperando financiamento ou patrocínio e só agora poderão ser publicados.

 

Night Terrors é talvez o jogo que eu mais espero sair do projeto e ser finalmente lançado. A proposta do jogo é você fazer o mapeamento de sua casa pela câmera do celular, apagar as luzes e ai então, transformar sua própria residência (que ironicamente é seu cantinho seguro) numa horripilante experiência assustadora, o jogo já terminou seu período de financiamento coletivo no site IndieGoGo e está lentamente sendo produzido, mas os ventos de pokemon go já sopraram para os desenvolvedores e o projeto ganhou nova força, tendo uma demo prevista pra ser lançada.

 

Conclusão

Jogos de realidade aumentada podem ser a grande experiência videogamística do futuro e seus primeiros passos decisivos e afirmativos como mídia podem ter sido dados agora. Não é difícil imaginar outras empresas com grandes propriedades intelectuais usufruindo da fama e pequenos estúdios indies também arriscarem o desenvolvimento.

 

Fica então meus votos de felicidade para esses jogos e que muitos outros possam vir, e de preferência, dos mais variados gêneros possíveis.

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